MPLA faz mobilização e garante a estabilidade
Adelina Inácio e Cristina da Silva | JORNAL DE ANGOLA
O MPLA juntou ontem, em Luanda, milhares de militantes nos oito municípios da capital, para marcharem pelo civismo, democracia, solidariedade e apoio ao Presidente José Eduardo dos Santos.
No comício realizado no município de Viana, sob o lema “Somos milhões pelo civismo, pela ordem pública e pelo Estado democrático e de direito”, que juntou mais de dois mil militantes do MPLA, o primeiro secretário do partido em Luanda, Bento Bento, considerou José Eduardo dos Santos o “garante da estabilidade, da paz, democracia e desenvolvimento do país”.
“O MPLA, mostrando o seu sentido de Estado e de responsabilidade, mudou o sentido da mobilização popular provincial para mobilizações municipais, cumprindo o despacho do governador interino de Luanda, que determina os locais para manifestações públicas e de todos quantos são pela democracia e civismo”, disse.
Para Bento Bento, “a instabilidade não interessa aos jovens, nem aos angolanos, porque provoca mais desemprego e caos, e quem já sofreu neste país, com certeza que não quer que a instabilidade se instale no país”, realçou. A marcha visou expressar o apoio dos militantes do MPLA e dos cidadãos angolanos ao Presidente da República, José Eduardo dos Santos, salientou.
Apelo ao registo
O acto político no município de Viana foi presidido pelo segundo secretário do MPLA em Luanda. Jesuíno Silva disse que os angolanos querem manter a paz, a democracia e o civismo.
“A província de Luanda está a viver uma turbulência política por culpa de alguns políticos que vão agitando os cidadãos, na sua maioria jovens, para promoverem manifestações e provocarem a confusão em Luanda”, alertou Bento Bento.
O MPLA é a favor de manifestações pacíficas e condena a desordem e a confusão, salientou, exortando depois todos os militantes do MPLA a fazerem a actualização e o registo eleitoral para poderem, no próximo ano, participar nas eleições.
Compromisso com a paz
Os comícios realizados em Luanda confirmaram o compromisso do MPLA com a paz e o bem-estar dos cidadãos, segundo o secretário do comité provincial do MPLA em Luanda para os assuntos políticos e eleitorais, Norberto Garcia. Dirigindo-se a milhares de militantes dos municípios do Rangel e do Cazenga, afirmou que “Angola e o MPLA têm muita responsabilidade em promover a paz e o progresso social”.
“O MPLA é um partido sério e responsável e quando organiza manifestações elas são feitas com civismo e sentido de paz, como formas correctas de fazer política, apesar de continuarmos a exigir do Executivo mais escolas, postos de saúde, água e energia eléctrica”, sublinhou Norberto Garcia.
Enaltecendo as conquistas obtidas graças ao seu partido, recordou aos presentes que “o MPLA trouxe a Independência Nacional, a paz, democracia multipartidária, construiu uma sociedade justa e continua a trabalhar para que o país seja um lugar bom para se viver”.
“Fazer política responsável é pugnar por comportamentos exemplares, respeito ao próximo, o que se aprende em família e em sociedade”, concluiu.
Marcha na Ingombota
Passavam alguns minutos das 10 horas, quando os militantes, simpatizantes e amigos do MPLA do município da Ingombota começaram a marcha, cujo objectivo era promover a concórdia, harmonia e a consolidação da paz. Com placas e faixas com inscrições como “Viva a unidade nacional” e “Somos milhões pela paz, unidade e pela reconciliação nacional e pelo civismo, pessoas de vários estratos sociais, entre mulheres e jovens, caminharam do Largo do Pescador até ao Ponto Final, na Ilha de Luanda. Maria Inglês é uma anciã na casa dos 60 anos e filiada na Organização da Mulher Angolana (OMA). A anciã, emocionada, gritava palavras de ordem como “Viva a paz”. “Não à desobediência”.
Maria Inglês, irritada, interrogava quem mais queria voltar ao tempo da guerra. “Já sofremos muito”, ela própria respondeu. Adelaide Filipe é também da OMA e pede tolerância, enquanto marcha. “Mudança não se faz em apenas um dia. E temos assistido os esforços do Governo na luta para a reconstrução do país”, referiu. Acompanhada de um grupo de 20 mulheres pertencente a Secção da OMA da Boavista, Adelaide considerou o momento oportuno para repudiar organizações e pessoas que insultam instituições, como o Presidente da República. “Nos momentos mais difíceis da vida dos angolanos a comunidade internacional não apareceu e só agora que estamos em paz e a lutar para manter a harmonia e estabilidade no nosso território em que semeiam divisões”, interrogou-se. Num dos carros alegórico do grupo carnavalesco Mundo da Ilha, Miguel Francisco João, soba da Ilha de Luanda, grita pela paz. Trajado à rigor (de panos e cachimbo na boca) empunha dísticos do MPLA, confessando que perdeu filho e familiares na guerra. “Não quero mais confusão aqui porque já consigo dormir sem ter de assustar com um tiro ou granada”, disse.
A secretária-geral da OMA, Luzia Inglês, presente na marcha, considerou que não se pode permitir nem imitar o que acontece nos outros países.
Luzia Inglês recordou que as manifestações são bem-vindas e que não devem promover a discórdia e insultos. “Vamos fazer manifestação, mas para a mudança e não com insultos. Hoje temos muitos investimentos e só não vê quem não anda pelo interior do país”, disse Fragata de Morais.
Fragata de Morais disse que a marcha é uma demonstração da gratidão dos militantes do MPLA ao Presidente José Eduardo dos Santos para que continue a governar o país. “Infelizmente alguns partidos da oposição, sem programas concreto para o país, continuam a influenciar para a discórdia, mas nós do MPLA mostramos mas uma vez mais que somos organizados e estamos a favor da paz e concórdia nacional”, reforçou.
Luís Pascoal disse que as últimas manifestações contra o MPLA e o seu líder José Eduardo dos Santos, não desfazem o programa de governação do partido no poder.
“As manifestações devem acontecer, mas sem promover o vandalismo e a violência, como vimos assistindo no princípio de Setembro. Este tipo de manifestações, reconhecidas como anti-democráticas, não servem os legítimos interesses do povo, nem mesmo dos jovens envolvidos”, considerou, falando em representação de Bento Bento.
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