quarta-feira, 28 de setembro de 2011

JOSÉ EDUARDO DOS SANTOS





JOSÉ EDUARDO DOS SANTOS
nasceu em Luanda, no dia 28 de Agosto de 1942, filho de Eduardo Avelino dos Santos e de Jacinta José Paulino, ambos já falecidos.
Frequentou a Escola Primária do seu bairro em Luanda, e fez o ensino secundário no Liceu Salvador Correia. Iniciou a sua actividade política integrando grupos clandestinos que se constituíram nos bairros suburbanos da capital, na sequência da criação em 10 de Dezembro de 1956 do MPLA (Movimento Popular de Libertação de Angola).
Após a eclosão da luta contra a ocupação colonial, em 4 de Fevereiro de 1961, José Eduardo dos Santos, então com 19 anos, abandonou em Novembro desse mesmo ano o país e passou a coordenar no exterior a actividade da Juventude do MPLA (organismo de que é um dos fundadores). Integrou em 1962 o EPLA
(Exército Popular de Libertação de Angola), participando na preparação das condições para a abertura da 2ª Região Político-Militar. Em 1963 foi o primeiro representante do MPLA em Brazzaville/ Congo.
Em Novembro de 1963 beneficiou de uma bolsa de estudo para o Instituto de Petróleo e Gás de Baku, na antiga União Soviética, tendo-se licenciado em Engenharia de Petróleos em Junho de 1969. Durante esse período foi o principal dirigente da Secção dos Estudantes Angolanos na URSS.
Nesse mesmo país, depois de terminados os seus estudos superiores, frequentou durante um ano um curso Militar de Telecomunicações, que o habilitou a exercer, de 1970 a 1974, sucessivamente as funções de Operador do Centro Principal de Comunicações da Frente Norte e Responsável-adjunto dos Serviços de Telecomunicações na 2ª Região Político-Militar do MPLA (Cabinda).
Em 1974, José Eduardo dos Santos é designado membro da Comissão Provisória de Reajustamento da Frente Norte, responsável das Finanças da 2ª Região, e desempenha novamente as funções de Representante do MPLA em Brazzaville, até Junho de 1975.
Nesse mesmo ano, em Setembro, na Conferência Inter-Regional do MPLA que se realizou na Frente Leste (Moxico) foi eleito membro do Comité Central e do Bureau Político, estabelecendo a coordenação da actividade política e diplomática a nível da 2ª Região.
No período conturbado que antecedeu a Independância, José Eduardo dos Santos é indicado em Junho de 1975 para coordenador do Departamento de Relações Exteriores do MPLA, organizando a instalação desses serviços em Luanda e desenvolvendo intensa actividade diplomática, que o leva a várias capitais africanas.
Cumulativamente coordena também o Departamento de Saúde do MPLA.
Com a proclamação da Independência de Angola em 11 de Novembro de 1975, é nomeado Ministro das Relações Exteriores. Durante o período em que exerceu essas funções, Angola foi, depois de intensa luta diplomática, reconhecida como membro de pleno direito da OUA, em Fevereiro de 1976, e da ONU, em Dezembro do mesmo ano.
No 1º Congresso do MPLA, realizado em Dezembro de 1977, foi reeleito membro do Comité Central e do Bureau Político do MPLA- Partido do Trabalho, o que lhe permitiu entre 1977 e 1979 desenvolver as funções de Secretário do Comité Central para a Educação, Cultura e Desportos, primeiro, depois as de Secretário do Comité Central para a Reconstrução Nacional e, mais tarde, para o Desenvolvimento Económico e Planificação.
Entretanto, exerceu o cargo de Primeiro Vice-1º Ministro até Dezembro de 1978, altura em que foi nomeado Ministro do Plano.
Com a morte do Dr. António Agostinho Neto, primeiro Presidente da República, José Eduardo dos Santos foi eleito Presidente do MPLA a 20 de Setembro de 1979 e investido no dia seguinte nos cargos de Presidente do MPLA-Partido do Trabalho, de Presidente da República Popular de Angola e Comandante-Em-Chefe das FAPLA ( Forças Armadas Populares de Libertação de Angola) .
Em 9 de Novembro de 1980 foi eleito Presidente da Assembleia do Povo (Parlamento), órgão máximo do poder do Estado, tendo sido reconfirmado em todos esses cargos pelo 1º Congresso Extraordinário do MPLA-Partido do Trabalho.
Sob a liderança de José Eduardo dos Santos, vão-se consolidando os órgãos de soberania e de defesa, tendo o País resistido com êxito às agressões militares da República da África do Sul e à desestabilização interna provocada por grupos armados ao serviço de interesses estrangeiros.
Da primeira metade dos anos 80 datam igualmente as primeiras tentativas de criação das condições objectivas e subjectivas para o lançamento de profundas reformas económicas e políticas, com o apoio de jovens militantes pragmáticos saídos das faculdades de Engenharia, Direito e Economia. A situação de guerra não permitiu que elas tivessem uma materialização mais rápida, mas o 2º Congresso do MPLA-PT em 1985 avalizou esta linha pragmática e confirmou José Eduardo dos Santos em todos os seus cargos.
De 1986-92 José Eduardo dos Santos esteve na base dos esforços de pacificação no país e na região, que culminaram com a retirada das tropas invasoras sul-africanas, o repatriamento do contingente cubano e a independência da Namíbia.
Eliminados os factores externos que agravavam o conflito interno em Angola, José Eduardo dos Santos, lançou as pontes para uma solução negociada, dinamizou a abertura ao pluralismo político e à economia de mercado e organizou eleições democráticas multi-partidárias (29-30/9/92) sob supervisão internacional, que o MPLA viria a ganhar com maioria absoluta. Por uma ínfima percentagem de votos José Eduardo dos Santos, não foi eleito na primeira volta.
Na grave crise que se seguiu, provocada pela recusa da Unita em aceitar o veredicto da ONU de que as eleições foram "livres e justas", José Eduardo dos Santos dirigiu pessoalmente a intensa actividade diplomática que culminou no reconhecimento do Governo angolano pelos EUA, em 19 de Maio de 1993, impulsionou a instituição dos órgãos de soberania eleitos e organizou a defesa das instituições democráticas, forçando os opositores armados a aceitarem uma solução negociada do conflito, consubstanciada nos Acordos de Lusaka de Novembro de 1994.

terça-feira, 27 de setembro de 2011

REGISTO ELEITORAL




CAMARADA, RELEMBRA-TE QUE O TEU VOTO É MUITO IMPORTANTE.
NÃO TE ESQUEÇAS DE ACTUALIZAR O TEU REGISTO ELEITORAL, BEM COMO O DA TUA FAMÍLIA. NÃO DEIXES PARA O ÚLTIMO MOMENTO ESTA IMPORTANTE ACÇÃO.
NO TEU CAP, NO TEU BAIRRO, NO TEU MUNÍCÍPIO, NA TUA PROVÍNCIA, SÊ UM MOBILIZADOR ACTIVO, A NOSSA VITÓRIA PRECISA DO TEU VOTO E DE TODOS AQUELES QUE CONSEGUIRES TRAZER PARA O NOSSO SEIO

domingo, 25 de setembro de 2011

ACTOS POLÍTICOS EM LUANDA



MPLA faz mobilização e garante a estabilidade

Adelina Inácio e Cristina da Silva | JORNAL DE ANGOLA

O MPLA juntou ontem, em Luanda, milhares de militantes nos oito municípios da capital, para marcharem pelo civismo, democracia, solidariedade e apoio ao Presidente José Eduardo dos Santos.
No comício realizado no município de Viana, sob o lema “Somos milhões pelo civismo, pela ordem pública e pelo Estado democrático e de direito”, que juntou mais de dois mil militantes do MPLA, o primeiro secretário do partido em Luanda, Bento Bento, considerou José Eduardo dos Santos o “garante da estabilidade, da paz, democracia e desenvolvimento do país”.
“O MPLA, mostrando o seu sentido de Estado e de responsabilidade, mudou o sentido da mobilização popular provincial para mobilizações municipais, cumprindo o despacho do governador interino de Luanda, que determina os locais para manifestações públicas e de todos quantos são pela democracia e civismo”, disse.
Para Bento Bento, “a instabilidade não interessa aos jovens, nem aos angolanos, porque provoca mais desemprego e caos, e quem já sofreu neste país, com certeza que não quer que a instabilidade se instale no país”, realçou. A marcha visou expressar o apoio dos militantes do MPLA e dos cidadãos angolanos ao Presidente da República, José Eduardo dos Santos, salientou.

Apelo ao registo

O acto político no município de Viana foi presidido pelo segundo secretário do MPLA em Luanda. Jesuíno Silva disse que os angolanos querem manter a paz, a democracia e o civismo.
“A província de Luanda está a viver uma turbulência política por culpa de alguns políticos que vão agitando os cidadãos, na sua maioria jovens, para promoverem manifestações e provocarem a confusão em Luanda”, alertou Bento Bento.
O MPLA é a favor de manifestações pacíficas e condena a desordem e a confusão, salientou, exortando depois todos os militantes do MPLA a fazerem a actualização e o registo eleitoral para poderem, no próximo ano, participar nas eleições.

Compromisso com a paz

Os comícios realizados em Luanda confirmaram o compromisso do MPLA com a paz e o bem-estar dos cidadãos, segundo o secretário do comité provincial do MPLA em Luanda para os assuntos políticos e eleitorais, Norberto Garcia. Dirigindo-se a milhares de militantes dos municípios do Rangel e do Cazenga, afirmou que “Angola e o MPLA têm muita responsabilidade em promover a paz e o progresso social”.
“O MPLA é um partido sério e responsável e quando organiza manifestações elas são feitas com civismo e sentido de paz, como formas correctas de fazer política, apesar de continuarmos a exigir do Executivo mais escolas, postos de saúde, água e energia eléctrica”, sublinhou Norberto Garcia.
Enaltecendo as conquistas obtidas graças ao seu partido, recordou aos presentes que “o MPLA trouxe a Independência Nacional, a paz, democracia multipartidária, construiu uma sociedade justa e continua a trabalhar para que o país seja um lugar bom para se viver”.
“Fazer política responsável é pugnar por comportamentos exemplares, respeito ao próximo, o que se aprende em família e em sociedade”, concluiu.

Marcha na Ingombota

Passavam alguns minutos das 10 horas, quando os militantes, simpatizantes e amigos do MPLA do município da Ingombota começaram a marcha, cujo objectivo era promover a concórdia, harmonia e a consolidação da paz. Com placas e faixas com inscrições como “Viva a unidade nacional” e “Somos milhões pela paz, unidade e pela reconciliação nacional e pelo civismo, pessoas de vários estratos sociais, entre mulheres e jovens, caminharam do Largo do Pescador até ao Ponto Final, na Ilha de Luanda. Maria Inglês é uma anciã na casa dos 60 anos e filiada na Organização da Mulher Angolana (OMA). A anciã, emocionada, gritava palavras de ordem como “Viva a paz”. “Não à desobediência”.
Maria Inglês, irritada, interrogava quem mais queria voltar ao tempo da guerra. “Já sofremos muito”, ela própria respondeu. Adelaide Filipe é também da OMA e pede tolerância, enquanto marcha. “Mudança não se faz em apenas um dia. E temos assistido os esforços do Governo na luta para a reconstrução do país”, referiu. Acompanhada de um grupo de 20 mulheres pertencente a Secção da OMA da Boavista, Adelaide considerou o momento oportuno para repudiar organizações e pessoas que insultam instituições, como o Presidente da República. “Nos momentos mais difíceis da vida dos angolanos a comunidade internacional não apareceu e só agora que estamos em paz e a lutar para manter a harmonia e estabilidade no nosso território em que semeiam divisões”, interrogou-se. Num dos carros alegórico do grupo carnavalesco Mundo da Ilha, Miguel Francisco João, soba da Ilha de Luanda, grita pela paz. Trajado à rigor (de panos e cachimbo na boca) empunha dísticos do MPLA, confessando que perdeu filho e familiares na guerra. “Não quero mais confusão aqui porque já consigo dormir sem ter de assustar com um tiro ou granada”, disse.
A secretária-geral da OMA, Luzia Inglês, presente na marcha, considerou que não se pode permitir nem imitar o que acontece nos outros países.
Luzia Inglês recordou que as manifestações são bem-vindas e que não devem promover a discórdia e insultos. “Vamos fazer manifestação, mas para a mudança e não com insultos. Hoje temos muitos investimentos e só não vê quem não anda pelo interior do país”, disse Fragata de Morais.
Fragata de Morais disse que a marcha é uma demonstração da gratidão dos militantes do MPLA ao Presidente José Eduardo dos Santos para que continue a governar o país. “Infelizmente alguns partidos da oposição, sem programas concreto para o país, continuam a influenciar para a discórdia, mas nós do MPLA mostramos mas uma vez mais que somos organizados e estamos a favor da paz e concórdia nacional”, reforçou.
Luís Pascoal disse que as últimas manifestações contra o MPLA e o seu líder José Eduardo dos Santos, não desfazem o programa de governação do partido no poder.
“As manifestações devem acontecer, mas sem promover o vandalismo e a violência, como vimos assistindo no princípio de Setembro. Este tipo de manifestações, reconhecidas como anti-democráticas, não servem os legítimos interesses do povo, nem mesmo dos jovens envolvidos”, considerou, falando em representação de Bento Bento.

CARTA DE JUSTINO JUSTO MEMBRO DA UNITA

Luanda - Excelentíssimo Senhor Director do Jornal de Angola,

Aceite os meus mais cordiais cumprimentos e os melhores votos de sucesso para si e para o Jornal que tão bem dirige. Por vezes, coíbo-me de trazer a público questões que têm ou tiveram a ver com a nossa “longa marcha”, por considerar que mais importante do que a nossa trajectória, é a paz que conquistamos, o momento em que estamos e o futuro que pretendemos para os nossos filhos e netos.

Infelizmente, a minha vontade de falar de coisas boas choca algumas vezes com factos e práticas políticas negativas que, pela sua gravidade, não podem deixar de merecer o meu reparo e até a minha mais veemente repulsa.

Definitivamente, o meu compromisso é com a consolidação da paz e o desenvolvimento do nosso país e tudo quanto faço alicerça-se na vontade de contribuir para impedir que aqueles que se dizem democratas mas que patrocinam a desordem e o desrespeito às pessoas e às instituições do Estado, possam continuar a desfilar a raiva que nutrem pelo facto de não serem poder e de o quererem conquistar a qualquer preço, nem que para isso se tenha de apelar aos amigos externos para que testem aqui o que de mais moderno tenham em meios de destruição de vidas e de infra-estruturas.

Essa falta de ética na política, essa constrangedora falta de senso patriótico e a convicção de que nada de bom têm para nos oferecer, a não ser essa inverosímil falta de sentido de Estado e de desrespeito aos reais sentimentos nutridos pelo nosso povo (porque é visível que não têm nada de bom para nos apresentar, não têm capacidade criativa e muito menos vocação governativa), fazem com que, no estrito respeito pela minha consciência nacionalista e pelo que contribuí para que tivéssemos a Angola que hoje temos, venha, uma vez mais, a terreiro para denunciar o que me foi dado a saber sobre algumas orquestrações que têm vindo a ser maquinadas pelo Bloco Democrático.

Recordem-se que em Julho de 2010 denunciei o que estava inscrito nas Teses que estavam a ser preparadas para o II Congresso da Juventude do meu Partido, a JURA . Passado um ano não retiro absolutamente nada, porquanto está provada a sua veracidade e se dúvidas subsistirem comparem o comportamento e as atitudes de alguns dos dirigentes actuais e o que está escrito naquele texto, cuja cópia entreguei à Direcção desse Jornal.

Não reconheço, em mim, capacidades outras que não a de ser capaz de interpretar o que leio e de fazer algumas deduções lógicas. Adivinhar não é, nem nunca foi, o meu forte. Se fosse, teria redireccionado a minha trajectória política há muito mais tempo.

Mas devo, aqui e agora, relembrar duas passagens daquelas “teses” apenas para avivar a memória dos que pretendem tapar o sol com a peneira e facilitar a percepção do que direi a seguir:

1 – A JURA projecta como oportunidades, a “criação de factos” e/ou “o aproveitamento de situações que ocorram no país”, tais como “eventos políticos, sociais, económicos, culturais, desportivos, académicos, religiosos e naturais” (devem querer referir-se a calamidades de qualquer tipo), para “desgastar por todos os meios a imagem do Presidente da República”, “transferir o foco de contradições UNITA/MPLA para o Povo/MPLA, alimentando e acirrando contradições sociais e económicas entre o MPLA/Governo e o povo”, “mediante a propagação” de “denúncias permanentes” do “carácter fraudulento das eleições de 5 e 6 de Setembro de 2008, o golpe jurídico-constitucional de 21 de Janeiro de 2010” e a “ilegitimidade democrática do Presidente da República”, incitando a população a “perder o medo de manifestar-se”. Lembram-se?!

2 – “Mobilização e enquadramento político de membros e dirigentes de partidos políticos, igrejas e outras associações extintas pelo sistema” e a “cooperação com todas as forças, movimentos sociais e políticos ávidos da alternância do poder”. Sobre esta questão reitero que: “Pensar que participei no processo de libertação e na luta pela democracia e ver o Partido – UNITA – continuar a agir como um “gang de malfeitores”, é algo que me constrange sobremaneira”. Enfim… Lembram-se?!

Pois bem, a questão é que, de facto, a UNITA tem vindo a arregimentar para o seu lado os ex-FPD (hoje Bloco Democrático) usando-os como capa e pedra de arremesso, potenciando a sua capacidade inata para a crítica fácil e despudorada e a sua reconhecida capacidade para explorar tudo quanto de menos bom possa acontecer na acção governativa, seja por culpa dos actores políticos que estão no exercício do poder ou por fenómenos imputáveis à natureza. (Seria engraçado ver o Dr. Justino culpar o Executivo pelo facto do satélite ter caído no nosso território. Graças a Deus e para azar daquele político, o engenho caiu em outras paragens. Que alívio para o Executivo).

Mas o Bloco Democrático não foi de modas e, alinhando na estratégia global, inscrita nas teses da UNITA, criou, antecipadamente, um “Gabinete de Crise” chefiado pelo seu Presidente, Justino Pinto de Andrade, coadjuvado por Filomeno Vieira Lopes, cuja missão essencial é: estabelecer contactos com os demais Partidos Políticos da Oposição, entidades internacionais, amnistia internacional, órgãos de apoio aos refugiados, bem como promover a participação de diferentes grupos nas manifestações a realizar.

Qual a intenção? Então … dizem que nada têm a ver com a organização das manifestações e têm necessidade de promover a participação de pessoas? Com que objectivo?
Continuemos. A coordenação do Gabinete será apoiada por diferentes grupos. Desde logo por uma Comissão de Relações Institucionais (RINS), com a mesma chefia e as mesmas tarefas, ou seja, Justino Pinto de Andrade e Filomeno Vieira Lopes.

A Comissão de Comunicação (INFOCOM), integrada por Manuel Victória Pereira, João Amaral, Cláudio Fortuna e Branquima Afonso Kituma, tem a incumbência de: fazer colecta de informação, emitir boletins diários, convocar conferências para propagandear a preparação ou apresentar os resultados das manifestações (criando factos ou denunciando a acção das forças policiais, culpando o regime por tudo quanto aconteça), produzir relatórios de presumíveis ocorrências, alimentar o facebook e o youtube, criar artigos para divulgação em jornais e criar histórias e factos, sempre que possível, com presos e suas famílias.

Significa isso que eles vão instigar alguns jovens para se rebelarem contra as instituições e depois fazê-los surgir na imprensa como mártires? Será que já perderam a noção do valor da vida dos jovens que eles põem, deliberadamente, em risco? Será que as famílias estão avisadas do “uso” que estão a dar aos seus filhos?

Então qual a diferença entre estes senhores do Bloco Democrático e os Numas, Libertys, Muzembas, Chilingutilas, Chiwales, Samakuvas e outros? Alguns destes ainda sabem o quanto nos custou fazer a guerra e perdê-la. E estes senhores do Bloco Democrático? Sabem mesmo o quanto sofremos para poder estar onde estamos e dar alguma tranquilidade às nossas famílias?

Sabendo do que estão a preparar para os nossos filhos e netos, criaram uma Comissão de Apoio Jurídico (APOJUR), integrada por Luís do Nascimento, Nelson Pestana “Bonavena”, Lisdália Paula e David Mendes (Mãos Livres – antigo dirigente de um Partido Político).
Mandam os nossos jovens para a rua (não vi nenhum deles na manifestação e, muito menos, a promoverem a arruaça que mandaram realizar) e depois, se tiverem problemas com as autoridades, surgem os salvadores da pátria.

Não está na hora da própria Ordem dos Advogados posicionar-se em relação a esses seus integrantes que põem em causa a imagem e credibilidade da classe e vilipendiam os valores humanos e os deveres de profissão? Para que serve a Ordem? Ou será que devemos entender a Ordem dos Advogados apenas como mais um sindicato corporativo cujo fim se delimita na defesa de direitos e interesses dos representados? Não é esse o meu entendimento. Por isso mesmo, reclamo uma maior intervenção da Comissão de Ética daquela Instituição. Estou certo ou errado?

Para concretizar o atrás dito, o Bloco Democrático criou também uma Comissão de Relação com os Familiares daqueles que tiverem problemas com as autoridades. É coordenada por Francisco Guedes, e segundo eles, contactar as famílias ajuda a moralizá-las e contactar os presos permite alimentar a informação pública, dando a imagem de que se tratam apenas de vítimas do regime.

Até quando as nossas famílias se vão deixar manipular por gente que põe, sem qualquer tipo de sentimento que não seja o do simples aproveitamento da sua ingenuidade, a vida dos seus próprios entes em risco? Até quando?

A máscara do Bloco Democrático caiu definitivamente com a criação da Comissão de Mobilização, integrada por João Baruba, Pedro Candungo e Adão Ramos, cuja missão principal é arranjar jovens disponíveis para aderir às arruaças e propor acções a realizar no âmbito da tentativa de descredibilização da figura do Presidente da República e do seu Executivo.

Para dar mais brilho à sua acção desestabilizadora, o Bloco Democrático criou uma Comissão de Apoio às Cadeias (APOCA). Julgo que queriam dizer “aos Presos”, porquanto a sua função principal é encaminhar comida e livros aos detidos e organizar grupos de visita para pressionar os órgãos do Estado, na tentativa de demonstrar a existência de arbitrariedades, desrespeitando, por completo, todos os regulamentos e regras que existam naquelas instituições prisionais.

Ou seja, o próprio Bloco Democrático, sabendo da intenção com que promove as arruaças, criou todo um quadro organizativo para minimizar os efeitos nefastos da sua acção em relação àqueles que usam para os seus fins macabros.

Com que moral estes senhores se arrogam ao direito de surgir como defensores de direitos humanos quando eles usam jovens inocentes e desprovidos de senso político, para seus fins desestabilizadores?

Com que moral o senhor Justino Pinto de Andrade e os seus seguidores pretendem dar lições de democracia e de respeito pelos nossos concidadãos quando eles próprios, sem um mínimo de sentido humanitário, orientam jovens para destruírem bens públicos e de outros cidadãos que nada têm a ver com a sua raiva desmedida e o seu incontido desejo de um dia integrar o poder, qualquer que seja o preço a pagar? Com que moral?

O quê que diferencia o comportamento do senhor Justino, do Numa ou do Makuta
Nkondo? (que nunca vi nos mais de trinta anos que estou na UNITA, nem sei como surgiu como Deputado e a fazer ameaças que nos fazem lembrar os piores momentos da nossa trajectória. Aliás, espero bem que se continue a pressionar para organizarmos o próximo Congresso e resolvermos, definitivamente, algumas questões. Gente que não nos conhece, não sabe o que fizemos pelo país e suja o nosso passado, deve ser tirado a favor de outros que conhecendo bem o nosso ideário, possam fazer sobreviver o que de bom ainda temos)-

Mas, então qual é a diferença? Na minha opinião, nenhuma.

O senhor Justino Pinto de Andrade, pessoa pela qual, mesmo sem conhecer, sempre nutri algum respeito, deixou de ser, pelo menos para mim, o analista político com alguma qualidade, embora nem sempre partilhasse dos seus pontos de vista, pela forma parcial e obstinadamente negativa como conduzia muitos dos seus raciocínios, para passar a ser mais um makutazito, sem qualidade e sem capacidade de se impor pela positiva.

É triste ver como um patriota fervoroso na luta contra o colonialismo, se transformou num politiqueiro medíocre, despojado dos valores mínimos capazes de congregar vontades em torno de um projecto maior, onde o exercício democrático assenta na escolha popular e o poder político se conquista nas urnas. Que triste…

Permitam-me o desabafo: “Senhor Justino Pinto de Andrade, para se ser democrata não basta parecer”. Ajude-se a si próprio. Repense nas prioridades para a melhoria da vida do nosso Povo e logo perceberá que a arruaça, a desordem e a confusão só servirão aqueles que, com isso, podem continuar a encher os bolsos com cifrões do nosso sangue.

Com o reforço da nossa acção política, enquanto oposição, e a nossa união em torno do processo democrático, estaremos a contribuir mais e melhor em prol de Angola e do nosso povo.

Sabemos que não ganharemos as próximas eleições, mas também sabemos que, unidos, podemos reduzir significativamente, o fosso que nos separa daqueles que hoje exercem, por direito, o poder político no nosso País.

Sabemos das diferenças que nos separam, mas temos de ser capazes de perceber que os ventos árabes jamais soprarão em Angola e que, não obstante isso, a viragem é possível.

A democracia é uma dádiva conquistada e é o único rumo capaz de nos permitir contribuir para termos amanhã, a Angola dos nossos sonhos de sempre.

Espero, sinceramente, que o Pedro Seke, a Jeaneth Kalema e o Cláudio Fortuna, não precisem mais de perder tempo com listas de indivíduos presos por desrespeito ao próximo. Que os seus piquetes sejam usados para introduzir na internet informações sobre coisas boas que o Bloco Democrático tenha feito, ou queira fazer, a favor de Angola e do nosso Povo, incluindo sobre manifestações pacíficas para reivindicação de direitos constitucionalmente protegidos.

Fica a minha promessa de voltar, dentro de dias, para trazer outros factos que permitam um melhor conhecimento sobre a insurreição com que se pretende brindar ao nosso Povo.

Continuo a apelar às Instituições do Estado para que levem a sério as denúncias que vou fazendo. Conheço e respeito o serviço de inteligência, mas é bom perceber que a nossa experiência de vida pode constituir-se num filão de segurança e de prosperidade. Os que me conhecem do passado, sabem bem do que falo.

A bem de Angola.